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Foto do escritorMarta Faustino

O tempo foge-me das mãos

As férias terminaram, regressamos ao trabalho e já nos encontramos num ritmo e rotinas que nos consomem os minutos todos do dia.  Quem não chega ao final do dia, já na cama e pensa, “bolas! Não fiz o que gostava!”, “não me sobra tempo para mim!”, sobretudo, nós, mães, que vivemos consumidas pelo trabalho, horários rígidos, prazos de entregas, reuniões e, ainda, TODA a vida familiar, casa para cuidar, reuniões de escola, servir de taxista para levar os filhos às suas atividades. E nós? Onde ficamos? Onde fica o tempo para cuidar de nós? Onde fica o espaço para ir ao cabeleireiro, à manicure, beber um chazinho e comer um bolo delicioso com as amigas, onde fica o tempo para desfrutar da natureza ou de uma ida ao shopping?





Se não cuidarmos de nós, ninguém cuidará, se não colocarmos stops, metas, horários para o nosso cuidado pessoal, ninguém nos vai dar esse tempo. Temos de encontrar, como dizem os brasileiros, temos de “cavar tempo”, isto é, temos mesmo de nos esforçar e fazer este tempo aparecer.


Eu sempre disse que não tinha tempo para ginásios, caminhadas, nem para ler os livros que me dão prazer, muito menos para beber um cafezinho numa esplanada. A verdade é que agora, com três filhos, tomei a decisão, já há mais de um ano e meio, de fazer atividade física, mudar a minha alimentação e reservar um tempinho para mim.

Não foi fácil, no princípio, pois não encontrava mesmo tempo e só pensava “quando tinhas só uma filha não tinhas tempo, como é que agora com três filhos e uma clínica para cuidar vais ter tempo?”.


Mas tomei essa decisão! Sentei com o meu marido e transmiti a minha decisão “agora preciso da tua ajuda para eu conseguir ir!”. Estivemos a ver o melhor horário, de manhazinha era o que eu desejava, mas não podia deixá-lo sozinho na rotina da manhã, nem conseguia não estar presente nessa parte do dia, tão importante, para os pequenos. Surgiu a hipótese da hora de almoço, mas é muito curtinha, nem sempre é o mesmo horário e, também, preciso de respirar um pouco. Então, para nós, para a nossa rotina, percebemos que no final do dia era o melhor, eu deixo a jantar adiantado e vou. Fui procurar lugares que encaixassem nestes horários e atividades do meu gosto, porque ir para um ginásio e ficar a fazer máquinas não era para mim. Encontrei um lugar ótimo com uma atividade que se chama circuito, onde estamos inseridos num grupo e temos uma professora que orienta os exercícios. Isto é maravilhoso para mim, pois tenho um auxílio na execução dos exercícios, não estou sempre a fazer o mesmo (não dava de outra maneira para mim), vai estimulando a descoberta e o prazer de me ir testando cada vez mais e, ainda, um pouco de competição o que também me leva sempre a ir mais além do que eu penso ser o meu limite.


No início sentia que estava a “largar” a minha família, que devia estar lá para eles, estava a “faltar” com a minha obrigação de ser esposa e mãe. Mas aos poucos fui percebendo que eu precisava muito mais disto, até porque fui vendo, nitidamente, como eu ia cansada para lá e vinha revigorada! E, com o tempo, passei a sentir-me muito mais ativa, com muito mais energia para a vida diária, para brincar com eles, com menos sono, sem dores nas costas, mais leve.


Em simultâneo, iniciei um plano nutricional e fui pesquisando muito sobre alimentação saudável, biológica e sobre a medicina de Santa Hildegarda, que tem vindo a ser uma revolução na minha alimentação, forma de estar, viver.


Aos poucos fui percebendo as diferenças físicas, emagreci 13 kg, voltei a vestir as minhas roupas do início do casamento, de solteira até! Para além dos grandes benefícios que não são tão visíveis, mas que eu sinto e mudaram até o meu humor. Melhorei as minhas análises, recuperei energia, saúde, qualidade de vida.


Contagiei o meu marido com estas mudanças e ele foi, igualmente, cuidar de si, foi para o futebol e acompanhou as minhas alterações na alimentação. Percebemos como isto nos beneficiou enquanto casal, pois o nosso humor melhorou, o cansaço diminuiu e fizemos, da mesma forma, alterações às nossas rotinas e alimentação familiar que eram necessárias. Desta forma, conseguimos começar a deitar as crianças 30minutos mais cedo do habitual e isso permitiu ganhar um tempo extra no final do dia. Pronto, passei a ter tempo para as minhas leituras, também! E, ainda, decidimos, em casal, ter um dia no mês onde vamos almoçar os dois fora e de vez em quando bebemos o café fora também, para mim isto foi maravilhoso, pois comecei a sentir que vivo para além das minhas obrigações e do trabalho, que amo, mas que sentia que me dominavam os horários.


E você? Quando toma a decisão de agarrar a vida nas suas mãos?


Psicóloga Clínica

Marta Faustino

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