Atualmente, já é muito falado o termo de inteligência emocional e já se aplica em diversas áreas como, a educação, nas empresas, no recrutamento, nas formações, no marketing entre tantas outras.
Goleman[1], o grande divulgador da inteligência emocional, refere que para além de uma inteligência "intelectual" nós possuímos uma inteligência "emocional", talvez mais importante que a primeira, para o sucesso profissional e pessoal. Goleman fala em QE (Quociente Emocional), que complementaria o QI (Quociente Intelectual), demonstrando que a emoção é, da mesma forma, responsável pelas nossas respostas.
Salovey & Mayer[2], outros investigadores, propuseram o termo inteligência emocional, considerando-a uma subclasse da Inteligência Social, que está interligada à análise dos sentimentos e emoções em si mesmo e nos outros, na discriminação entre ambos, bem como na utilização da informação obtida na orientação do pensamento e das ações.
Os autores enunciam cinco domínios da inteligência emocional. Vamos descobri-los e perceber se os reconhecemos em nós:
1. Reconhecer as próprias emoções.
É necessário que eu consiga compreender o que se passa no meu corpo, as sensações que sinto, a intensidade delas, o que estou a pensar e conseguir dar um nome à emoção que estou a viver. Quantas vezes não conseguimos dizer o que sentimos e, simplesmente, reagimos aos outros, às situações, no impulso e acaba por correr mal. Como seria mais simples e mais fácil se eu, antes de explodir de raiva, conseguisse detetar os pequenos sinais de alarme da raiva, no meu corpo. Por exemplo se eu identificar que “estou com um nervosismo na barriga”, ou “parece que estou a sentir qualquer coisa a subir pelo estômago”, ou ainda, “estou a começar a não pensar bem”, está associado à minha emoção da raiva, então eu consigo passar ao passo seguinte, que é gerir a emoção.
2. Gerir as emoções.
Ao identificar a emoção que estou a sentir no meu corpo eu posso procurar mecanismos que me ajudem a gerir as emoções dentro de mim e deixo de, simplesmente, reagir no impulso. Continuando com o exemplo da raiva: eu ai identificar que estou a sentir raiva, posso começar a respirar fundo, contar até 10, ou pedir para apanhar um ar puro e gerir esta emoção, que aos poucos vai diminuindo. O importante é procurar conhecer técnicas que me ajudem a gerir a raiva dentro de mim. Existem diversas técnicas, preciso ver com qual me identifico.
3. Motivar-se a si próprio.
É uma característica muito própria da pessoa com boa inteligência emocional, pois é a capacidade de superar-se a si e aos problemas. É conseguir não parar nas dificuldades, tentar sempre ver o lado positivo da situação, não perder a esperança e se não der certo aquele caminho, ir por outro, mas sem baixar os braços. É a pessoa que consegue, por si mesma, criar metas a alcançar, que sabe as suas potencialidades, qualidades e também os defeitos e fragilidades, pois também, estes últimos são importantes para que eu não me deixe abater nas armadilhas, mas saiba caminhar de forma segura. Ao saber os meu limites, mais facilmente crio o meu caminho com coerência, isto é, sem esperar de mim um passo muito grande, mas antes, passos pequenos e certeiros.
4. Reconhecer as emoções dos outros.
A empatia é a palavra-chave na inteligência emocional, pois para conseguir reconhecer as emoções nos outros, primeiro preciso de as reconhecer em mim e, portanto, de trilhar um caminho de autoconhecimento, amadurecimento. Este meu percurso faz com que olhe o outro com mais compaixão, logo, consigo compreender, com mais facilidade o que ele está a sentir e tentar gerir o meu relacionamento com ele, tendo em conta o estado emocional em que se encontra. Isto coloca-nos no último ponto.
5. Gerir relacionamentos.
Portanto, alguém com empatia, ao perceber o outro triste, vai cuidar das palavras que lhe vai dirigir, ou até mesmo, antes de qualquer conversa, vai perguntar se precisa de ajuda. Gerir relacionamentos é ter em conta o estado emocional do outro e posicionar-se dependendo disso.
Depois de ler estes pontos, onde será que eu preciso melhorar?
[1]Goleman, D. (1995). Inteligência Emocional. Lisboa: Temas e Debates. [2] Salovey, P., & Mayer, J. D. (1990). Emotional intelligence. Imagination, Cognition and Personality, 9, 185-221.
Marta Faustino
Comentarios